A segurança é um dos fatores que mais pesa no momento da escolha de um país para viver. Especialmente para quem foge da violência urbana do Brasil, a certeza de se mudar para um destino tranquilo é um aspecto decisório. A segurança em Portugal, com certeza é um ponto positivo no processo de escolha pelo país.
Mas será que Portugal é realmente um legar seguro para viver? Apresentamos os índices de criminalidade do país, crimes mais comuns e o que esperar no dia a dia da segurança no país.
Segurança em Portugal: é seguro morar no país?
Sim, Portugal é um país seguro para morar. E, mais que isso, é um país pacífico.
A segurança é, inclusive, um dos principais atrativos que faz com que muitos estrangeiros, não só brasileiros, escolham morar em Portugal.
Sensação de segurança no país
Além de seguro, Portugal é um país pacífico. Em 2020, o país manteve a terceira posição no Global Peace Index, que considera diversos fatores para definir o ranking. O país que em 2014 ocupava a 18º posição, agora mantêm desde 2019 o terceiro lugar.
Um dos destaques na pontuação de Portugal é o gasto com violência, ela representa apenas 5% do PIB, um dos mais baixos entre os países analisados. O país também recebe uma boa pontuação no que se refere aos apoios sociais a população, que abrange desde a moradia, aos cuidados com a saúde.
Na prática, tudo isso é sentido na segura, seja no trasporte público, seja se deslocando na rua. A sensação em Portugal, salvo exceções, é de um lugar seguro, no qual se pode transitar pelas cidades sem manter um estado de alerta.
Mas claro, salvo exceções porque existem zonas com certo perigo, alguns bairros sociais nos quais existem riscos, e, também, algumas regiões nas cidades maiores, como Lisboa e o Porto. Mas são exceções, em um país no qual o que prevale é tranquilidade que impacta diretamente na qualidade de vida do país.
Relatório Anual de Segurança Interna de 2019
O Relatório Anual de Segurança Interna – RASI – é divulgado pelo Governo de Portugal e faz um balanço da situação no país a cada ano. Dados preliminares referente ao ano de 2019 apontam um leve crescimento dos crimes no país em relação ao ano anterior.
Foram registrados 335 mil crimes, um crescimento de 0,7% em relação a 2018. No que se refere aos crimes violentos também houve aumento, cerca de 3%, passando de 13.981 ocorrências para 14.398 em 2019.
O crescimento no número de crimes em 2019 vai na contra-mão da descida na taxa de crimes que o país observava desde 2011. É preciso considerar que desde 2008 houve uma queda de 20% no número de crimes no país, sendo que a porcentagem é o dobro quando se consideram os crimes graves, que caíram de 24.300 ocorrências para 14.400 em 2019.
O crime com mais crescimento foi burla informática e nas comunicações, com aumento de 66,7%, representando um crescimento de 9.783 para 16.310. Os crimes com mais crescimento na sequência são:
- Roubo a edifícios comerciais ou industriais – crescimento de 29,8%;
- Raptos, sequestros e tomada de reféns- aumento de 23,8%, em valores absolutos foram 338 ocorrências;
- Ofensas à integridade física graves – crescimento de 14,2%;
- Roubo na via pública – aumento de 11,8%.
Por outro lado, houve queda roubos violentos em via pública (também chamados esticão), roubos a residência e nos transportes públicos.
Mesmo com aumento da criminalidade, ainda é um país seguro?
Sim, certamente o crescimento no número de crimes assusta em um primeiro momento, mas são valores ainda considerados baixos e o aumento vem depois de anos de queda.
Se comparado a outros países europeus os números de Portugal são positivos, mesmo considerando um país de apenas 10 milhões de habitantes.
Crimes mais recorrentes
Entre os crimes nos quais não há emprego de violência, ou não são considerados graves, as principais ocorrências em 2019 foram:
- Violência doméstica – 24.793;
- Ofensa à integridade física voluntária- 23.279;
- Furto em veículo motorizado – 21.976;
- Condução de veículo com taxa de álcool acima de 1,2g/l – 16.872;
- Burla informática e nas comunicações – 16.310;
- Ameaça e coação – 15.136;
- Furto de oportunidade – 12.342;
- Outras burlas – 10.990;
- Furto em residências – 10.990;
- Furto por carteirista – 9.770.
Entre os crimes mais comuns listados, apenas 5 tiverem aumento de 2018 para 2019, sendo o maior aumento percentual em burlas informáticas. A maior queda percentual está no furto de carteirista (batedores de carteira), representando uma redução de 21%
Já no que se referem a criminalidade violenta e grave, os principais são:
- Roubo em via pública (com abordagem direta à vítima) – 5.923;
- Roubo por esticão (puxão dos objetos da vítima) – 3.018;
- Resistência e coação de funcionários – 1.384;
- Ofensa à integridade física grave – 661;
- Roubo à residência – 574.
Dos crimes graves, apenas roubo em via pública e ofensa a integridade física tiveram aumento em relação à 2018, sendo 11,8% e 14,2% respectivamente.
Cidades mais afetadas
As maiores cidades de Portugal são, sem dúvida, as mais afetadas no que se refere à segurança.
Na distribuição entre os distritos, são os de Lisboa com 6.101 ocorrências, Porto com 2.256 e Setúbal com 1.551, que aparecem com os índices mais elevados no que se refere a criminalidade violenta e grave.
Já na criminalidade geral, os três distritos também se destacam negativamente, sendo Lisboa com 84.498 ocorrências, Porto com 57.879 e Setúbal com 30.591, mas são seguidos de perto dos distritos de Faro com 23.487, Aveiro com 19.837 e Braga com 19.485 ocorrências.
Conheça as zonas mais perigosas de Portugal e os tipos de crimes mais comuns.
Violência doméstica em Portugal
A violência doméstica é um problema sério em Portugal e também um dos tipos de crime no qual se registrou crescimento em 2019. A violência doméstica contra cônjuge e análogo representou 24.800 ocorrências, um crescimento de mais 10%.
No primeiro semestre de 2020, por outro lado, houve uma queda no número de ocorrências. A queda foi registrada tanto no período pré-confinamento, quanto no período de confinamento obrigatório. A principal queda está na violência praticada por ex-companheiros, com redução de 55%, puxada especialmente pelo confinamento e a impossibilidade de transitar pelas cidades.
No geral, a queda foi de 33%, os números contrastam com a tendência europeia, que apontou um crescimento de 60% no número de casos de violência doméstica.
Ataques terroristas
Portugal não tem registros de atentados terroristas, ou mesmo alerta internacional para situações de terrorismo. O fato, inclusive, colabora para a atração de turistas, uma vez que países como França, Alemanha e Reino Unido, destinos tradicionais, sofrerem com atentados ou tentativas recorrentes.
Um estudo aponta, inclusive, que Portugal se “beneficia” dos atentados em outros países, uma vez que se torna uma alternativa mais segura para quem deseja viajar pela Europa. O país, por não ter precedentes, é considerado seguro no que se refere ao terrorismo.
Crimes a turistas
Os crimes mais comuns contra turistas em Portugal são os furtos, especialmente pelos carteiristas, como são chamados. São furtos, por isso, tem por característica ausência de violência, desta forma, quando o turista percebe a supressão dos pertences já é tarde.
Dados de 2019 mostram que o furto por carteirista, um dos mais comuns cometidos contra turistas teve queda considerável. Foram 9.770 ocorrências, 21,1% menos que em 2018, quando foram registradas 12.377. O risco dos carteiristas existe em todos os destinos turísticos europeus, especialmente nos momentos em que estão mais descontraídos, tirando fotos e sem observar sem pertences.
É comum ainda, nas zonas mais turísticas, de cidades como Porto e Lisboa, a existência de delegacias exclusivas para turistas, nas quais é possível realizar queixas.
Portugal é seguro se comparado a outros países?
Para responder essa pergunta, vou segmentá-la em três partes, a primeira comparando ao Brasil, a segunda com outros países europeus com nível econômico semelhante e, a terceira, a minha percepção sobre a segurança no país.
Comparativo entre a segurança em Portugal e no Brasil
Um dos principais motivos pelos quais os brasileiros buscam Portugal para viver é a segurança. Claro que o Brasil tem muitas realidades e algumas regiões são mais seguras que outras. Mas especialmente quando analisamos as grandes e médias cidades, o medo e a insegurança são crescentes.
No Índice Global da Paz, que já citamos a terceira posição de Portugal, o Brasil ocupa a 126º lugar, tendo caído 3 posições no último ano. A violência urbana e os riscos de transitar pelas cidades no dia a dia no Brasil são muitos, os índices de furto e roubo de carro, assim como de roubo no transporte público e transitando pela cidade são elevados.
Em 2019, Portugal registrou 89 homicídios, com uma queda de quase 20% nesse tipo de crime. No mesmo ano, o Brasil também registrou a mesma queda percentual, com o registro de quase 40 mil assassinatos.
Índices a parte, o dia a dia nos dois países apresenta diferenças claras.
Comparativo entre a segurança em Portugal e outro país europeu
Se comparado com outros países europeus, Portugal ainda assim se destaca em relação à segurança. Se comparado a segurança na Itália e na Espanha, por exemplo, os países estão na 31º e 38º lugar no Índice Global da Paz.
As diferenças também podem ser estendidas a sensação de segurança. Apesar de ambos serem países seguros, na Itália são comuns os golpes a turistas e, Roma, principalmente, tem algumas regiões que podem assustar em horários de menos movimento.
Na Espanha, os índices de violência em cidades como Barcelona, tem subido consideravelmente, considerado um dos principais destinos turísticos do país, a cidade tem sofrido com o aumento da violência.
Minha percepção sobre a segurança em Portugal
Em Portugal tenho uma sensação de segurança constante, que dos outros 15 países que conheci, na América do Sul e na Europa, em poucos tive a mesma sensação.
Acredito que parte dessa sensação está diretamente ligada a baixa criminalidade. Ao transitar pela cidade é raro sentir medo, vivo no Porto no dia a dia, saindo a noite ou caminhando pelo trabalho nunca senti uma ameaça direta, ou seja, nunca achei que alguém iria me assaltar.
Mas a sensação de segurança, na minha percepção também está ligada ao ambiente. Apesar de ainda existirem muitas construções abandonadas, não há uma sensação de ambiente abandonado e isso contribui muito para uma percepção desconfortável do ambiente.
Em muitas cidades que estive, passei por áreas de interesse turístico cercadas por ambientes estranhos, com sujeira, prédios com aspecto depredado, ocupação do espaço público desordenado, iluminação precária, etc. Na minha visão tudo isso contribui para se sentir menos protegido.
Seja como turista ou como moradora, a percepção do espaço urbano influencia diretamente na sensação de segurança.
Convencido que a segurança em Portugal é um fator decisão para a mudança para o país? Então é hora de começar a planejar a mudança. Para ajudar você nesse processo, montamos um guia completo em e-book com todas as informações de Como Morar em Portugal, desde a documentação até a adaptação ao país.
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