sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Covid-19 na Europa: veja as medidas decretadas para conter agravamento da pandemia

A Europa luta para controlar a sua segunda onda de coronavírus, que se agrava com a chegada do inverno. Os governos vêm adotando novas medidas, a fim de conter o vírus sem a necessidade de lockdowns, como feito no início do ano. Entenda o novo cenário da Covid-19 na Europa.

Segunda onda de Covid-19 na Europa

As taxas de contaminação de Covid-19 na Europa demonstram que os números de casos vêm aumentando, chegando, em algumas localidades, a ultrapassar os registros de fevereiro e março, com destaque para o avanço nos últimos dias.

No entanto, o número de óbitos da Covid-19 na Europa não acompanha a nova onda e espera-se que siga desta mesma forma.

O que se verifica na Europa, hoje, é o que vem sendo chamado de uma segunda onda menos mortal. Acompanhe os dois gráficos abaixo para confirmar. Eles foram obtidos junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 15 de outubro.

Número de casos confirmados na Europa

 

Covid-19 casos
Gráfico de novos casos. Reprodução/OMS

Número de mortes na Europa

Covid-19 mortes
Gráfico de óbitos. Reprodução/OMS

No gráfico de novos casos de Covid-19 na Europa, o que se vê é um pico semelhante ao do início da pandemia. Já no gráfico de óbitos por Covid-19 na Europa, não se confirma a mesma tendência.

No entanto, ainda assim, as autoridades reforçam que as novas medidas precisam ser tomadas antes que haja um colapso na saúde, como verificado em alguns países, como a Itália, no começo da pandemia.

O uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social seguem recomendados para todos, aliás, não só na Europa.

Como os novos casos e Covid-19 na Europa surgiram?

O que se acredita é que o vírus ganhou nova propagação com o relaxamento dos bloqueios e a liberação das viagens durante o verão. Os encontros de jovens, em bares e festas também é apontado como propulsor da nova onda.

Isto porque estes mesmos jovens também se reúnem com suas famílias, o que aumenta a chance de contaminação.

Na última semana, foram 700 mil novos casos registrados no continente. O número é o maior já registrado desde o início da pandemia. O total de casos já confirmados ultrapassa 7 milhões, segundo a OMS, em seu último relatório, divulgado na terça (13).

A maior quantidade de casos foi registrada no Reino Unido, na França, na Rússia e na Espanha, que respondem por mais da metade destes 700 mil positivados. Confira a situação em cada um dos principais países europeus.

Covid-19 na Itália

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, já disse repetidas vezes que o fechamento total do país está descartado. No entanto, alguns especialistas dizem que um novo bloqueio pode ser o último recurso, se o ritmo das novas infecções não baixar.

Números atuais

Nesta quinta-feira (15), os casos atingiram um recorde diário, chegando a 8.804, ante 7.332 do dia anterior. Cerca de 163 mil testes foram realizados e 83 mortes relacionadas ao Covid-19 foram relatadas, elevando o total para 36.372. Pacientes em unidades de terapia intensiva aumentaram de 47 para 586, segundo a Bloomberg.

Ainda assim, a Itália é considerada um dos países em que o novo avanço do Covid está mais lento, comparativamente.

“Precisamos parar essa curva e, para isso, não há maneira melhor do que respeitar as regras”, disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte. “Se o número de pessoas infectadas e o número de pessoas em hospitais, e especialmente em terapia intensiva, aumentar, teremos problemas novamente”, afirmou, segundo a CNBC.

Na Itália, é obrigatório usar máscaras em espaços fechados de todo o país, incluindo meios de transporte e em qualquer situação em que não seja possível garantir o distanciamento social de pelo menos 1 metro.

O uso de máscaras também é fortemente recomendado nos espaços públicos e mesmo dentro das casas, quando da interação com pessoas que não residem no mesmo local.

É aconselhado receber no máximo seis pessoas em casa. Comemorações como casamentos podem contar com, no máximo, 30 pessoas. O país exige atestado negativo para coronavírus de quem chega (ou tenha estado nos últimos 14 dias) da Bélgica, França, Países Baixos, Reino Unido, República Checa e Espanha.

Brasileiros só viajam para lá se tiverem cidadania europeia ou em casos essenciais – estudo, trabalho e tratamento médico, por exemplo.

Covid-19 em Portugal

Portugal decretou estado de calamidade, com duração de 15 a 31 de outubro. As regras valem para todo o continente e podem ser consultadas no site do Serviço Nacional de Saúde.

Entre as determinações, está a proibição de venda de bebidas alcoólicas para consumo em espaços públicos e nos supermercados e hipermercados após as 20h. Também ficam proibidas festas e eventos de estudantes que não estejam dentro do calendário letivo.

Reuniões acima de cinco pessoas ficam proibidas, exceto para pessoas da mesma família. Casamentos, batizados e eventos familiares ficam restritos a 50 participantes, com cumprimento de distanciamento social e uso de máscaras. Há restrição para estabelecimentos comerciais só abrirem após 10h.

O uso de máscara é recomendado para todos nas vias públicas, assim como o uso do aplicativo StayAway Covid, que auxilia no rastreio de contatos, apontando com quem a pessoa teve contato nos últimos dias.

As multas para aqueles que não cumprirem as determinações podem ir de 100 a 500 euros para cidadãos e de mil a 10 mil euros para empresas.

Na quinta-feira (15), Portugal registrou o maior aumento diário de casos desde o início da pandemia. Houve 2.101 novas infecções em um dia, mais do que o recorde anterior de 2.072 relatado na quarta-feira. O total agora é 93.294.

Portugal exige dos brasileiros que viajam em casos essenciais a apresentação de exame negativo para Covid na chegada do país. O exame precisa ter sido feito até 72 horas antes do desembarque.

Covid-19 na França

O presidente da França, Emmanuel Macron, estabeleceu toque de recolher em nove das maiores cidades do país, Paris incluída, das 21h às 6h. A regra vale por quatro semanas, a partir do sábado (17).

As cidades com toque de recolher são Paris, Lille, Grenoble, Lyon, Aix-Marselha, Montpellier, Rouen, Toulouse e Saint-Etienne. Essas cidades correspondem às chamadas “zonas de alerta máximo”, com mais de 250 casos por 100 mil habitantes, mais de 100 casos por 100 mil habitantes de pessoas com mais de 65 anos e 30% de pacientes por coronavírus na UTI.

Na última quarta-feira (15), as hospitalizações por Covid saltaram acima de 9.100 pela primeira vez desde 25 de junho, segundo a Reuters.

“Temos que agir. Precisamos frear a propagação do vírus”, disse o presidente Macron.

As máscaras são de uso obrigatório em espaços fechados em todo o país. Além disso, são obrigatórias ao ar livre em Paris, Marselha e Lyon.

Os brasileiros precisam apresentar teste negativo de Covid-19 na chegada ao país, caso contrário são encaminhados a local para realizar a testagem. No entanto, só são liberadas as viagens de brasileiros que tenham cidadania europeia ou viajem em casos essenciais.

Covid-19 na Espanha

A Espanha tem 921.374 casos confirmados de Covid, sendo 6.603 reportados no dia 15, segundo o Ministério da Saúde do país.

Madri é a região que concentra o maior número de casos que precisaram de atendimento médico (50.237), sendo 400 nos últimos sete dias. Na sequência vem a Catalunha, com 31.917 casos, sendo 121 nos últimos sete dias.

O número de óbitos é de 33.553 no total, sendo 494 nos últimos 7 dias.

Na capital Madri e também em Fuenlabrada, Alcorcón, Parla, Getafe, Leganés, Móstoles, Alcobendas e Torrejón de Ardoz foi declarado estado de alerta, com restrição à entrada e saída de pessoas, salvo em situações essenciais, como trabalho, estudo e tratamento médico. As reuniões sociais em todas as regiões citadas são limitadas a seis pessoas.

Já a região da Catalunha adotou o fechamento de bares e restaurantes por 15 dias, a partir de 15 de outubro.

Na Espanha, é obrigatório o uso de máscaras faciais nas ruas e também nos ambientes fechados onde não é possível manter uma distância social de pelo menos 1,5 metros. Não é preciso apresentar atestados para chegar ao país. Mas brasileiros só podem ir para lá em casos essenciais.

Covid-19 na Alemanha

Os estados da Alemanha podem decidir sua própria estratégia para conter casos crescentes, o que levou a variações das regras de estado para estado.

Caso as novas infecções ultrapassem 35 por 100 mil habitantes em um período de sete dias, a recomendação é que as reuniões privadas sejam restritas a 25 pessoas em espaços públicos e a 15 pessoas em espaços privados.

Os estados também ficam liberados para decidir sobre uso de máscaras e medidas adicionais como fechamento de bares e restaurantes.

Caso as novas infecções ultrapassem 50 por 100 mil habitantes em sete dias, a recomendação é limitar os encontros sociais a 10 pessoas e impor um fechamento obrigatório de restaurantes e bares às 23h.

A Alemanha tem 348.379 casos de Covid, com 9.726 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Covid-19 na Inglaterra

Os londrinos serão proibidos de se reunir com outras famílias em ambientes fechados a partir deste fim de semana.

Em Liverpool e nas áreas suburbanas designadas como de risco “muito alto”, as famílias não podem se misturar em ambientes fechados ou ao ar livre. Academias, centros de lazer, casas de apostas e cassinos estão fechados. Os pubs e bares também ficam fechados, a menos que sirvam comida.

Já se estuda expandir as medidas para outras partes do norte da Inglaterra, incluindo Manchester. Alguns especialistas consideram a ideia de um fechamento total por duas semanas para evitar o pior, mas ainda não se chegou a uma definição.

O Reino Unido tem 676.455 casos de coronavírus, com 43.383 mortes, segundo a Johns Hopkins.

Covid-19 na Europa distanciamento

Covid-19 na Europa: o “novo normal” falhou?

Existem críticos que apontam que os países da Europa fizeram uma reabertura cedo demais, procurando evitar mais prejuízos econômicos. A reabertura coincidiu com a chegada do verão, que estimula o turismo e o trânsito de pessoas – o que, por sua vez, favorece a proliferação do vírus.

Algumas hipóteses são levantadas sobre a característica dessa segunda onda, até aqui com muito contágio, mas com letalidade menor.

Em primeiro lugar, no início da pandemia não eram realizados tantos testes quanto agora, o que pode explicar a alta atual. Em segundo lugar, médicos e hospitais estão mais preparados para lidar com a doença, o que pode explicar o menor número de mortes.

Há uma aposta ainda de que, com a flexibilização, o que vem ocorrendo é a contaminação dos mais jovens, para os quais o vírus é menos letal.

Há ainda a hipótese de que, o vírus avança, agora, nas localidades anteriormente poupadas. No entanto, como dito, estas são apenas hipóteses.

Como tudo relacionado a coronavírus, o tema é polêmico e as conclusões ainda são superficiais, precisando de muito mais estudo para embasá-las. O que se sabe é que, novamente, os europeus são chamados a colaborar nos cuidados preventivos, para evitar o colapso do sistema de saúde.

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